A ofensiva NFT da Ubisoft: a estratégia oculta por trás de Might & Magic: Fates

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Por Notícias
24 de abril de 2025 sem comentários

Com Might & Magic: Fates, a Ubisoft não apenas traz de volta uma marca lendária, como também retorna a um terreno controverso. O jogo combina elementos táticos clássicos de um jogo de cartas colecionáveis com a tecnologia Web3 – incluindo a integração de NFTs. O que à primeira vista parece apenas mais um jogo de cartas digital, revela-se, ao olhar mais atento, como parte de uma estratégia maior da desenvolvedora.

Might & Magic: Fates

Might & Magic: Fates – O que torna o novo jogo especial

Com Might & Magic: Fates, a Ubisoft leva sua famosa franquia de fantasia para um novo gênero: o jogo de cartas colecionáveis digital. O título será lançado para dispositivos móveis e PC e tem como objetivo ser acessível para todos. Ainda assim, o jogo promete uma experiência profunda – no espírito dos clássicos táticos, mas com uma abordagem moderna.

O principal elemento da jogabilidade é, claro, um modo de duelo estratégico. Você precisa escolher facções e heróis, montar um deck e fortalecer suas unidades com artefatos. Um diferencial é que o jogo não utiliza o sistema clássico de mana, substituindo-o por um sistema de ouro. Os recursos são gerados pelas próprias cartas, o que adiciona uma nova camada tática à construção do deck. As habilidades dos heróis também têm papel central e podem mudar drasticamente o rumo de uma partida.



Visualmente, o jogo apresenta uma estética de fantasia sombria e detalhada. Ele se posiciona entre os títulos clássicos de Might & Magic e os jogos de cartas digitais modernos. A interface foi otimizada especialmente para controles por toque e mouse, tornando-o ideal tanto para jogadores mobile quanto de PC. Segundo a Ubisoft, o jogo é “estrategicamente desafiador, mas fácil de jogar”. Isso o torna atraente tanto para jogadores casuais quanto para os mais dedicados.

Do baralho ao blockchain: como os NFTs são integrados

Might & Magic: Fates não é apenas uma novidade na série, mas também um movimento ousado por parte da Ubisoft. O jogo integra tecnologias Web3, mais especificamente NFTs (tokens não fungíveis) em seu sistema. Você poderá possuir as cartas que conquistar no jogo como ativos negociáveis na blockchain. Ou seja, você pode vender suas cartas para outros jogadores e comprar novas para si.

A base técnica é fornecida pela nova parceira da Ubisoft, Immutable, uma empresa especializada em jogos Web3. A Immutable é conhecida por títulos como Gods Unchained e Guild of Guardians. Fates será executado na Immutable zkEVM, uma solução de camada 2 compatível com Ethereum, que oferece taxas baixas e transações rápidas – com foco também na sustentabilidade.

Might & Magic: Fates

No entanto, é importante ressaltar que a funcionalidade blockchain é totalmente opcional. Se você não tem interesse em NFTs, poderá jogar normalmente. Todas as cartas podem ser desbloqueadas ou compradas dentro do jogo, sem necessidade de carteira digital ou integração cripto.

Mas se você optar por explorar o mundo Web3, poderá negociar ou manter suas cartas na Immutable. Isso permite desbloquear certas cartas de forma instantânea ou simplesmente colecioná-las a longo prazo. Também é possível que você possa utilizá-las futuramente em outros ecossistemas da Ubisoft ou Web3. No entanto, não há vantagem de jogo para quem possui NFTs. As cartas são visualmente idênticas e seguem as mesmas regras.

A ofensiva silenciosa da Ubisoft com NFTs – e o que está por trás disso

A Ubisoft não vê os NFTs como argumento de venda para o jogo, mas sim como um passo rumo à propriedade digital. O objetivo é dar aos jogadores mais controle sobre seus itens dentro do jogo, um conceito que está ganhando cada vez mais destaque, conhecido como Play-to-Own. E isso nem é tão absurdo – se você coleciona cartas físicas de Pokémon ou Magic: The Gathering, você também pode revendê-las.

Might & Magic: Fates

Mas Might & Magic Fates não é o primeiro jogo em que a Ubisoft tentou integrar a tecnologia blockchain. A primeira tentativa foi em 2021 com o polêmico projeto Quartz, uma plataforma onde jogadores podiam colecionar Digits (itens no jogo baseados em NFT) em Ghost Recon: Breakpoint. A reação da comunidade foi em grande parte negativa, devido à má comunicação, valor questionável e barreiras técnicas.

Mesmo após esse fracasso, a Ubisoft não desistiu dos NFTs. No final de 2023, anunciaram Champions Tactics: Grimoria Chronicles, um jogo de combate por turnos multijogador com elementos Web3. Mais uma vez, foi utilizada a tecnologia da Immutable com um modelo NFT opcional.

Mas por que a Ubisoft está investindo cada vez mais em NFTs? A abordagem estratégica da Ubisoft com Fates segue uma filosofia de longo prazo chamada “Play-to-Own”. O objetivo não é o lucro rápido com o hype das criptos, mas estabelecer direitos de propriedade digital nos games. Semelhante a colecionáveis ou skins, mas com posse real via blockchain. E esse assunto está mais atual do que nunca. Todos nos lembramos dos debates do ano passado sobre os jogos da Steam. Na Steam, por exemplo, você só compra licenças, não possui de fato o jogo, mas com NFTs, os itens realmente pertencem a você.


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